“As lágrimas não são aquelas que saem dos olhos e rolam pelo rosto mas são aquelas que saem do coração e descem a alma.”
quinta-feira, abril 27, 2006
SAUDADES
PORTA ABERTA

Com frio... é porque você tem o cobertor
com alegria...... é porque você tem o sorriso
com lágrimas... é porque você tem o lenço
com versos é... porque você tem a música
com dor é... porque você tem o curativo
com palavras é... porque você tem a audição
com fome é... porque você tem o alimento
com beijos... é porque você tem o mel
com dúvidas... é porque você tem o caminho
com orquestras... é porque você tem a festa
com desânimo... é porque você tem o estímulo
com fantasias... é porque você tem a realidade
com desespero... é porque você tem a serenidade
com entusiasmo... é porque você tem o brilho
com segredos ...é porque você tem a cumplicidade
com tumultos ...é porque você tem a meditação
com confiança ...é porque você tem o azul
com medo.. é porque você tem o amor
Ninguém chega por acaso à VOCÊ!!
Dely Durante Farias
quarta-feira, abril 26, 2006
Cada Momento

sexta-feira, abril 21, 2006
SENTIR

Acordar
quinta-feira, abril 20, 2006
quando querem exprimir qualquer
Assim falham os pensamentos
quando querem exprimir qualquer
Mas, como a realidade pensada não é a dita
Assim a mesma dita realidade existe,
Assim tudo o que existe, simplesmente existe.
O resto é uma espécie de sono
Uma velhice que nos acompanha desde
Webmaster: Bethynha
terça-feira, abril 18, 2006
A DOR
Quando meu dia chegar quero um epitáfio assim:
CARLOS ALBERTO POTOKO
A Morte

quarta-feira, abril 12, 2006
terça-feira, abril 11, 2006
Alma Gemea

Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas,
Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer,
Você entende que o que para você era amizade, para
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo,
Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se
Aproveite ao máximo seus momentos de felicidade,
Tenha sempre em mente que às vezes tentar
Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes
Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora,
sábado, abril 08, 2006
Esperança

"Há momentos onde o cansaço excede a esperança de estar em paz.Há momentos onde a tristeza alcança a doce alegria que nos acompanha. Há momentos onde a desistência fala mais alto, restando-nos o vazio, a espera. Há momentos onde somos obrigados a dar limites, quando na realidade gostaríamos de seguir livres pelos caminhos que escolhemos. Há momentos onde falar mais alto parece ser mais importante que calarmos na doçura do silêncio e da compreensão. A paz não é vazia, anterior a ela existe um longo aprendizado, por isto a necessidade de tantos momentos vividos... Dá alívio saber que nada é para sempre. Dá alegria saber que tudo é passível de mudanças. Dá tranqüilidade saber que podemos aprender e reaprender, lapidando dia a dia a pedra bruta que oculta o diamante que trazemos dentro de nós. Renascer a cada momento, eis a fonte da onde brota o conhecimento tão necessário para que possamos seguir cada vez mais confiantes e serenos"
terça-feira, abril 04, 2006
Começo ou Fim?

segunda-feira, abril 03, 2006
A Lição
(Ele quer que eu lhe explique "os morangos"?)
- Os morangos não se explicam. Quando muito, podem descrever-se. Olha, o mesmo se passa com a saudade. Não se explica. Mas também não se compreende. E também não se descreve, porque cada um sente-a de forma diversa, mas única.
(...)
- Percebeste alguma coisa do que eu disse?
(...)
- Explica-me a saudade.
- Hum... Deixa ver...
(Porque é que ele só faz perguntas difíceis?)
- A saudade é um aperto no peito. É uma aridez. Quando sentes saudade sentes-te só.- O que é estar só?- É não ter ninguém com quem falar.- Então o meu cão está só.- O teu cão? Porquê?
(!)
- Porque não tem ninguém com quem falar.- Mas os cães não falam, ladram.- O meu cão fala. Só que eu não percebo o que ele diz porque não sei falar a língua dele. Quando for mais crescido vou para uma escola aprender. E tu, sabes falar com o meu cão?- Receio bem que não. Mal consigo comunicar com os homens, quanto mais com os cães!- Mas tu já és crescida. Não andaste na escola?- Sim, andei.- E não sabes falar com o cão?- Na escola não se aprende língua de cão.- Como é que sabes?- Porque sei. Porque não há nenhuma disciplina com esse nome.- Como é que sabes que não há nenhuma disciplina com esse nome?- Sei porque quando eu andava a estudar não havia.- Tens saudades? Da tua escola?- Tenho... Muitas.- E dos meninos?- Dos meninos também. E dos professores, dos funcionários.- Não os vês há muito tempo?- Há imenso tempo. Tanto que já nem sei.- Não te lembras?- Não.
(...)
- Então, não me explicas a saudade?- Explico.
(Explico?!)
- Mas tu disseste que a saudade não se explica.- Pois disse. Mas vou tentar explicar. Não sei se vou conseguir.- Ora tenta...- Está bem. Olha, a saudade é como uma cova na areia. O vento faz covas na areia, não faz?
(Ele confirma que sim com a cabeça.)
- Pois é, mas quem faz a cova da saudade não é o vento, é o tempo. E depois quando nós estamos na praia vamos enchendo as covas de areia com água do mar, não é?
(Novo acentimento.)
- Ora bem... Quando te recordas de uma pessoa com saudade, também enches a cova da saudade, não de água, mas com memórias, compreendes?
(Olha-me atentamente, os olhitos esbugalhados, sorvendo cada palavra minha.)
- Só que por muita água que deites na cova de areia ela nunca fica cheia, pois não?- Não, porque a água escorrega pelos grãos!- Exactamente. Com a saudade, também é assim. Tentas não esquecer a pessoa, enchendo a cova com recordações, mas as recordações também se perdem por entre os grãos de tempo...- E a cova da saudade nunca se enche.- Pois não. A cova da saudade está sempre aberta, no teu coração. Nunca consegues enchê-la, nunca consegues fechá-la. É como que uma ferida aberta.
(...)
- Bem, espero que tenhas ficado com uma ideia do que é a saudade.- Hum... Acho que fiquei. Mas posso fazer uma pergunta?- Sim, claro.- Porque é que em vez de enchermos a cova com água não enchemos com cimento? Assim o cimento não escorre pela areia e a cova fica fechada para sempre!
(Olhei-o nos olhos, com ternura.)
- Mas é claro que nós também fechamos covas de saudade com cimento! Fazemo-lo sempre que queremos selar uma parte da nossa vida, sempre que queremos colocar uma pedra sobre determinado facto da nossa existência, sobre a lembrança de certa pessoa... Fazemo-lo com grandes pazadas de cimento, energicamente, quanto mais depressa melhor. Nunca me tinha lembrado disso... Mas é totalmente verdade!
O Vasco, cinco anos, fez-me compreender o que é a saudade. Obrigou-me a dar explicações, a encontrar uma imagem, um vocabulário, fez-me teorizar.
Às vezes, é bom teorizar sobre as coisas que acontecem na nossa vida. Sabendo explicá-las, a nossa cabeça torna-se aliada do coração, porque deixa de ser só ele a sentir, para passar a ser ele - o coração - a sentir e ela - a cabeça - a entender.
Continuei a passear com o Vasco e com o cão. A manhã começou escura, mas lentamente o sol despontou e o final de tarde fez-se agradável, em tons de cor de laranja e lilás. As nuvens continuavam o seu percurso célere, graças ao vento...
- Não vamos ter com os meus pais?- Sim, claro, vamos que já é tarde.- Posso fazer só mais uma pergunta?- Podes.- Também tens uma cova, não tens?- Uma cova?- Sim, de saudade.- Tenho...
(Bolas, será vidente?)
- Mas... mas... como sabes?- Hum... é que pareces cansada. Deve ser por estares sempre a tentar enchê-la de água. Estás triste. É por não conseguires tapá-la, não é?- É.
(Silêncio constrangedor.)
- Olha, deixa lá, não chores por causa disso. Se fechasses essa cova, o tempo ou o vento ou lá o que é abria outra, não era?- Era, Vasco. O vento ou o tempo ou as pegadas dos outros, sei lá!.... Estão sempre a abrir covas no meu coração...- Eu tenho um balde de brincar na praia. Se quiseres empresto-to para encheres com água.
Obrigada, Vasco. Obrigada por quereres ajudar-me. O teu pequeno balde será fundamental, bem como são os teus pequenos olhos atentos, brilhantes, geniais. Obrigada pela lição de hoje.
- Passeamos juntos o cão amanhã?
O Vasco abraça-me, dá-me um beijo rápido e desata a correr, ladeado pelo cão, em direcção ao pai.