Ausência
Não sinto falta de quem morreu,
mas dos que estão mortos
que se deitam todos os dias
no leito do silêncio e da distância
Almas trancadas onde eu nunca entrei
terras perdidas onde eu já passei
Todas as pessoas que eu perdi,
ou que nunca tive
Todo o amor que eu sonhei,
mas não amei.
Nas cadeias fechadas com cadeados de dor
nunca entrei
As pessoas que eu já amei
eu perdi
O tempo não levou meus amores,
Ele leva
Como areia escorrendo das mãos
Eu querendo poder segurar
Mas não posso, não consigo...
e eu chorei
Não é a morte que mata.
É a vida.
Alexandre Bortolini