quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Ausência



Ausência

Não sinto falta de quem morreu,

mas dos que estão mortos

que se deitam todos os dias

no leito do silêncio e da distância

Almas trancadas onde eu nunca entrei

terras perdidas onde eu já passei

Todas as pessoas que eu perdi,

ou que nunca tive

Todo o amor que eu sonhei,

mas não amei.

Nas cadeias fechadas com cadeados de dor

nunca entrei

As pessoas que eu já amei

eu perdi

O tempo não levou meus amores,

Ele leva

Como areia escorrendo das mãos

Eu querendo poder segurar

Mas não posso, não consigo...

e eu chorei

Não é a morte que mata.

É a vida.

Alexandre Bortolini