segunda-feira, novembro 24, 2008

HUMOR







sonho


Não vivo do passado
raramente me arrependo de algo que tenha feito.
Mas as pessoas que passaram pela minha vida
continuam presentes. Todas.
E vou-me perguntando como será que a vida correu
a algumas das quais não sei há imensos anos.
E que pessoas farão, hoje,
parte da minha vida que o futuro se encarregará de apartar?
Ainda ontem dei comigo a pensar isto...


E aqui deixo este poema de Telo Vieira de Meireles:

Toda a minha vida é uma saudade imensa,
não só do que foi,
mas do que poderia ter sido,
se as coisas não fossem só o que foram.
Vivo mais na lembrança do que não foi,
do que de aquilo que realmente foi.
E nessa lembrança do que nunca existiu,
nesse desfiar de reminiscências da minha memória
vejo que mesmo aquilo que foi
só o foi por metade:
a outra metade da vida era já sonho
para ser sonhado hoje.

quarta-feira, novembro 05, 2008

PRETO & BRANCO



Duas cores ou três verdades?
O preto e o branco são duas das cores mais discutidas nos meandros dos estudos da cor. O preto é uma cor e o branco não? Ou o preto não é uma cor e o branco é? Será que a resposta seria a mesma se a questão fosse simultaneamente colocada a um designer, a um gráfico ou a um fotografo? Esta pergunta, que tem inquietado mentes brilhantes, tem três possíveis respostas.

A percepção básica de como as cores são criadas é o primeiro passo para chegar a respostas correctas. Podemos avançar de imediato com dois exemplos de existência de cor. A cor de um objecto tangível é o resultado de pigmentos ou agentes colorantes moleculares, como no caso de uma maçã vermelha, cuja a cor da casca é o resultado de agentes colorantes na superfície da maça. O mesmo se passa com uma pintura de uma maça vermelha, em que o que se vê é o resultados de pigmentos vermelhos utilizados para a criação de uma imagem.
No entanto, a cor de uma maça vermelha, quando vista num televisor ou no monitor de um computador, nada mais é que o resultado de uma luz colorida. Ou seja, é criada por fótons - que são as partículas elementares mediadoras da força electromagnética - a luz vermelha, transmitidos num sistema electrónico. É importante conhecer ainda o conceito das cores primárias, sendo que a regra fundamental tem base no facto de existirem três cores que não se conseguem obter através da mistura de outras cores. São elas o vermelho, o azul e o amarelo, Depois de chegarmos a duas categorias diferentes da cor - e geradas por pigmento e as geradas pela luz - e de compreendermos as cores primárias, podemos encontrar as respostas possíveis à grande questão: o preto e o branco são cores?

RESPOSTA número 1
O preto e o branco são cores quando gerados pela luz? Sendo o preto a ausência da luz, não se pode considerar que seja uma cor gerada pela mesma. É uma teoria simples de testar, bastando entrar num laboratório para revelação de fotografias, o tradicional quarto escuro, para verificar a total ausência de fótons. O branco, por sua vez, é a mistura de todas as cores e é, por isso uma cor. A luz parece não ter cor, ou seja branca. A luz do sol é luz branca, composta por todas as outras cores do especto, o que se prova pela existência de um simples arco-íris. Só conseguimos ver as cores dos raios de sol quando em condições atmosféricas "dobram" os raios de luz e criam um arco-íris. Isto também é facilmente comprovável com um prisma. Como a soma de todas as cores resulta em cor, esta é chamada a Teoria Aditiva.

RESPOSTA número 2
Depois de falarmos na Teoria Aditiva, podemos falar na Teoria Subtractiva. Aqui explica-se que as cores primárias no mundo da arte são o vermelho, o amarelo e o azul, sendo se falarmos de impressão, as cores primárias são consideradas o ciano, o magenta e o amarelo. Colocamos então a pertinente questão: o branco e o preto são cores quando existem como pigmentos ou como agentes colorantes moleculares?
Qualquer químico vai responder e confirmar que o preto é uma cor. Aqui existe uma forma simples de o demonstrar, bastando a combinação das três cores primárias em tinta líquida ou até em corante alimentar.
Portanto, se alguém disser que o preto é ausência de cor, é possível replicar com a seguinte pergunta: " Então o que se encontra dentro de um tubo de tinta preta?", suportando a resposta com o facto do preto ser considerado uma cor quando se fala de cores de pigmentos e agentes colorantes.
E o branco é uma cor? Diz-se que não, mas até a Teoria da Cor é possível provar que nada no mundo é " ou preto ou branco".

RESPOSTA número 3 - toda a verdade-
A cor existe no contexto da visão, havendo três partes no processo de percepção da cor: o meio, o veículo e o receptor. O meio é a existência da cor enquanto pigmento/colorante ou enquanto luz. O veículo é a forma como essa cor é transmitida e o receptor influencia por último, uma vez que a cor vai depender da forma como o olho humano a vê. Uma cor existe e ninguém a vê?.
Metade da resposta correcta à questão acerca do "ser ou não ser" do preto e branco é uma combinação da resposta 1 e da resposta 2. No entanto, falta ainda a outra metade da solução deste dilema. Falta explicar como vemos a cor. A cor de um objecto tangível resulta de um agente colorante molecular, sendo que a vemos porque o objecto a reflecte para o olho. Cada cor é o efeito específico de uma onda especifica de um especto. No caso da maça vermelha, essa é a cor predominante porque ela reflecte a onda 440nm do espectro da cor, que corresponde ao vermelho. Aplica-se então a mesma teoria ao preto e branco. O preto não é uma cor. Um objecto de cor negra apenas absorve todas as cores do espectro visíveis e não reflecte nenhuma. Em física, um corpo preto é um perfeito absorvente de luz. O branco, por sua vez, é uma cor. O branco reflecte todas as cores de um aspecto visível para os olhos. Ou seja, as cores são apenas o grau do que está presente na luz reflectida por aquilo que vemos. Ou seja, a cor reflecte ondas de um espectro ao qual a nossa retina responde, sendo que o meio é o processo de reflectir e o receptor é aquele que vê.